HÁ SEMPRE UM AZUL

Só ficou a saudade
naquela gare deserta de afetos.
Tu meteste na bagagem
as palavras que sobraram.
Eu ergui o olhar marejado
ao encontro da chuva que molhava
os ombros de um futuro incerto.
Atravessei a cidade.
As gaivotas regressaram ao rio.
A tarde esmaeceu.
Só o azul dos autocarros
pintava as ruas caladas,
as fachadas dos prédios,
as mesas das esplanadas.
Apesar de tudo
há sempre um azul
a pintar o rosto das memórias.
Francisco José Rito



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