NUNCA TE DIREI DOS MEDOS QUE NÃO SENTES


Da minha boca nunca sairão palavras

que digam o que não quero que saibas.


Nunca te direi que a tua ausência

me transporta ao roxo das árvores de dezembro.

Que esperar-te é sofrer a agonia das folhas caídas.

Que querer-te é resignar-me à condição de retrato pendurado,

que adorna, conforta, mas não sacia.


Nunca te direi dos medos que não sentes.

Prefiro sentar-me no sopé da felicidade que irradias

e dizer-te que pelos teus lábios fala a fé do jovem que parte,

a euforia do barco regressado,

a frescura das garroas de setembro.


Prefiro cantar-te madrigais.

Dizer-te que nos teus lábios desabrocham todos os sorrisos

e que todos os astros orbitam no azul do teu olhar.


Francisco José Rito




Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pela visita. Este espaço é seu. Use e abuse, mas com respeito, principalmente por quem nos lê. Francisco