MERGULHO NO AZUL DAS COISAS


Mergulho no vento que amacia as pedras

à procura do enleio perdido nos primórdios.


Mergulho num rendilhado de horas mansas

feitas de palavras sem mácula e sem pressa.


Mergulho na porta aberta do poema

purgando-me dos anos e dos medos.


Mergulho num tempo novo e vasto

onde amar-te cheira a tudo o que quisermos.


Mergulho no azul das coisas

para ver florir a lua nos teus olhos.


Francisco José Rito





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