REGRESSO SEMPRE AQUI
Sobre o mar, digo-te
que ainda me canta e ri,
como outrora me fazia.
Que ainda me sussurra
ao ouvido a mesma jura
e as vagas parecem-me
molhos de açucenas ruivas
cheirando-me ao sal
da tua pele molhada.
Sobre ti digo-te apenas
que nada em ti se alterou.
Que nem as cores nem o viço
sofreram anos de vida.
Em ti arrastam-se frescas
as alvoradas de verão
e as luas cheias de Agosto
ainda bocejam tímidas
na tua pele de menina.
E sobre mim, que te diga?
Digo-te que a vida
sofreu o passo apressado
da correria dos dias...
Mas regresso sempre aqui ,
a beber do passado.
E ainda dou por mim
a procurar-te nas arribas
onde te escondias, esperante.
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