DEIXAI-ME HABITAR A ALMA DESSE MAR


Deixai-me habitar a alma desse mar.

Percorrer-lhe os labirintos e segredos,

embrenhado no ventre das marés, na

melancolia dos pregões, dos cantos e das preces.


Deixai-me ser como os que são barcos e velas e

ventos e epopeia e purgação.

Que afagam com as suas mãos de sal, os

rostos de todos os sonhos por cumprir.


Que eu seja tudo, enfim, e que tudo me seja,

como àqueles que amam à flor da pele da vida.

Felizes por sentirem o palpitar das vagas, e

enfeitarem os medos com tranças de algas finas.


Francisco José Rito




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