GUARDO O QUE AINDA NÃO VIVEMOS
Guardo as promessas que me juras.
Prendo-as na minha mão fechada,
para que o vento as não sopre
e se não dispersem os sentidos.
Há nos teus olhos
asas de borboletas em sofrimento
que esvoaçam sobre o meu suspiro calado,
pintando sombras no gesso estilhaçado.
Há na nossa pele desejos por cumprir.
O cheiro do amor que não fizemos
paira sobre nós. Rabiscos trémulos,
perpetuando a súplica
no azul açucarado dos lençóis.
Guardo o que ainda não vivemos:
beijos molhados que apagam gemidos,
as minhas mãos febris nas tuas coxas,
a tua boca a beber-me o delírio.

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