EM CADA AMANHECER HÁ UMA ANSIEDADE

Em cada escarpa do tempo
há um ninho de penas sedosas e brancas
onde os olhos descansam e esperam.
O tempo mais não é
do que os sentidos que vivemos
entre partidas e chegadas
(lágrimas e abraços)
ou os dias que passam discretos
entre o germinar a semente e o morder o fruto.
Em cada amanhecer há uma ansiedade
e em cada ansiedade um devaneio...
Andamos no mundo
qual voos redondos de gaivota,
parecendo-nos passar sempre ao mesmo lugar,
até descobrirmos que nada é o que parece;
que nem as flores desabrocham para nos ver,
ou para que pasmemos a admirá-las,
mas para que as olhemos com olhos de aventura
e lhes cantemos carícias ao ouvido,
naquele tom de namorar.
Francisco José Rito
para uma imagem do Paulo João



Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pela visita. Este espaço é seu. Use e abuse, mas com respeito, principalmente por quem nos lê. Francisco