AMAR-TE É SOFRER CONTIGO

Ele era doutros tempos e costumes
doutra carne, doutra dimensão
quando deu por si sem livre-arbítrio,
sem pernas para fugir e sem voz
para recusar os beijos que juravas.
Ele era doutro mundo e doutros modos
quando se perdeu por um par d´olhos
que o fitavam, fulminantes
a aniquilar-lhe os passos e o querer,
e o que era até então desvaneceu.
Dele remanesceu o que hoje vês
e tudo o que hoje vês é perdição.
Que amar-te é sofrer contigo
esta dor de amanhecer sem alvorada,
este horror de viver sem coração.
Francisco José Rito


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