DEMÊNCIA

Ando de sonho em sonho,
de poema em poema,
à procura da mais sedutora musa.
Na planura da página vazia,
procuro a estrofe, a rima, o devaneio
que a eleve ao divino dos altares.
Ando de terra em terra,
de queixume em queixume,
à procura do mais sublime conforto.
Na seara de dias incompletos
procuro no restolho a espiga,
o milho-rei que anuncie o meu regresso.
Ando de planeta em planeta,
de loucura em loucura,
à procura da psicose perfeita.
Grito a mais profunda das súplicas
pela graça de ver-me diluído em sentidos
que me reguem: raiz, tronco, verbo...

Francisco José Rito



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