ERGUE
A CABEÇA E OLHA-ME NOS OLHOS
Olha-me
nos olhos e diz-me o que vês.
Saberás
dos
sonhos que me habitam?
São
searas ruivas e mechas de luz
que
escondo do mundo,
nesta
fortaleza a que chamo peito.
-
Cofre sagrado
aonde
me guardo do que me querem roubar...
Ergue
a cabeça e vê-me por dentro.
Estendo-te
as mãos.
Não
para que as segures,
mas
que nelas repouses as tuas,
de
tanto lutar já cansadas.
Ergue
a cabeça e não desistas,
que
um dia ainda hei-de descobrir-nos.
E
virão auroras boreais
pintar-te
de purpurina as faces pálidas.
Queres
as minhas mãos? Descobre-me primeiro!
Navega
os mares por mim navegados
e
aporta nos cais onde fui prisão.
Olha-me
nos olhos e diz-me o que vês.
Saberás
dos medos que me inquietam?
São
correntes e malhas e ancoras
que
teimam em levar-me ao fundo…
Mas
eu resisto.
Resisto,
simplesmente, sem queixumes,
porque
maior que todas as dores do mundo
é
o meu querer!
Olha-me
nos olhos… Vês-me agora?
Acreditas
que estás dentro de mim?
Olha-me
e ama-me.
Que
as minhas mãos nunca temam ser-te céu
e
as tuas nunca deixem de elevar-me.
Francisco
José Rito
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