TRONO

No melancólico azul dos meus olhos d’água
Ainda bailam velas e homens. Outras vidas
Enfeitiçadas por auroras boreais e floridas
Marés de corpos seminus, da cor da mágoa

No dourado das minhas memórias há Arrais
Que escarnicam ordens e rogam pragas
Há tostes que dão de bordo e rasgam vagas
Há oásis verdes de moliço a enfeitar os cais

Marinhões, Matolas, Ílhavos, Vareiros
Ao leme, trono da glória ou da amargura
Donos da lagoa, à ré, por natureza

Que os reis da ria sois vós, moliceiros
Vós, homens de ferro e de ventura!
Os barcos são apenas a vossa fortaleza


Francisco José Rito


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