TRAGO NOS OLHOS A RIA


Sou filha da maresia
Desde cedo acostumada
A arrancar o pão da ria
A acordar de madrugada
Ao romper da alvorada
Cruzava a barca os canais
Vida ingrata, castigada
Por marés e vendavais

Ó terra de pescadores
Paisagem do meu agrado
Murtosa dos meus amores
A ti dedico este fado

Trago nos olhos a ria
Que me alimenta a saudade
Recordações que eu queria
Levar para a eternidade
Moliceiros, homens de garra
Rostos tisnados pelo sol
Arrastões a entrar a barra
Ao abrigo do farol

poema de Francisco José Rito
aguarela de Fernando da Silva



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