MULHERES DA AREIA
É na borda d´água que a canastra espera
p´lo pão que há-de vir encher de alegria
os rostos tisnados pela lida severa
e os olhos pintados pela nostalgia.
p´lo pão que há-de vir encher de alegria
os rostos tisnados pela lida severa
e os olhos pintados pela nostalgia.
Correrão ligeiro p´la estrada da vida.
Dos braços morenos, da cor do luar,
sairão embalos de amor e guarida
aos filhos que a sorte levará pró mar.
São mulheres e mães. Gente que geme
às mãos de uma sina herdada ao nascer.
Um nó que as enlaça e amarra ao leme
do barco (da terra) que as viu nascer.
E ao longe ecoa o cantar de sereia
das bocas coradas e formosas.
Na voz rouca das mulheres da areia
os pregões florescem como rosas.
versos de Francisco José Rito
fotografia de Abílio Miguel
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