Bom dia a Todos!
Antes de mais, quero pedir desculpas se o post de ontem feriu a sensibilidade a algum dos amigos que por aqui vão passando. Era algo que me andava atravessado há muito e que tinha de sair, dia menos dia.
Mas hoje já estamos noutro quadradinho do calendário. O dia de ontem é passado! Hoje o sol nasceu animado e quis-me brindar com a sua luz logo pela manhã, por isso eu tenho mais do que a obrigação de me esforçar por ter um bom dia e por vos desejar a todos o mesmo.
Então e hoje vamos falar de quê, perguntam vocês? Então do que é que eu mais gosto de escrever? Comidinha! Então havia de ser o quê? Só há uma coisa que me dá mais prazer do que cozinhar, mas isso não é para aqui chamado, porque isto é um blog de familia.
Lembrei-me há pouco de ter visto esta semana na TV, dois Chefs de cozinha a confecionarem o mesmo prato, de maneiras diferentes. Os dois divergiram um do outro e também da maneira que eu próprio o preparo.
Como não gosto de falar por falar, fui pesquisar as raízes desta receita e constatei que nem um nem outro estava a cumprir o manual. Atenção que isto não é uma critica ao trabalho dos outros. Eu também altero muitas receitas, quando vejo que este ou aquele ingrediente poderá ficar bem em determinado prato. A única preocupação que tenho é explicar isso às pessoas, por respeito aos autores e para não as induzir em erros. Não foi isso que vi nesses dois senhores, e por isso este pequeno reparo, que já fiz também nos respectivos blogs.
Vou-vos falar de uma região de Portugal que aprecio particularmente e da qual tenho gratas recordações. As planícies Alentejanas sempre foram e continuam a ser um regalo para os olhos de quem as visita. Oferecem um vasto leque de atracções, desde as suas maravilhosas paisagens, quilómetros e quilómetros de searas, salpicadas onde aonde com uma azinheira, passando pelos montes (herdades) com as suas casinhas caiadas de branco, até ao seu riquíssimo património arquitectónico, passando pela cultura popular, a música e a gastronomia.
O famoso Ensopado de Borrego ou a Carne de Porco à Alentejana são apenas duas das deliciosas receitas típicas desta região, mas hoje vou falar-vos de um prato simples, rápido e barato, a Açorda de pão Alentejana.
"É fácil fazer, dá pouco trabalho, é água a ferver, coentros e alho."
Eis uma quadra popular do Alentejo, que quase serve de receita para esta especiaria, que começando por ser um prato de subsistência das classes mais pobres, foi evoluindo até chegar à mesa dos abastados, depois de sofrer várias alterações.
Herança da presença Árabe no nosso país, a sua sobrevivência e chegada até nós deve-se à sua facilidade de confecção e sobretudo à mistura simples dos produtos de base.
O pão, que foi sempre e ainda é um alimento estruturante da nossa alimentação, azeite, ovos, alhos, coentros e sal são o suficiente para preparar este prato que pode servir de guarnição a vários tipos de peixe fritos ou grelhados.
Mais tarde, foram-lhe acrescentando outros ingredientes, elevando-a à condição de prato principal. Pode juntar-se camarão, ameijoas, bacalhau e outros frutos do mar, que fazem desta uma refeição bastante apreciada.
Dou-vos aqui os ingredientes para a Açorda de Bacalhau, mas como referi, pode ser feita com qualquer outro peixe ou marisco. Os procedimentos são os mesmos.
Ingredientes (para 2 pessoas)
1 posta de bacalhau grosso (400grs)
2 ovos
400grs de pão (quanto mais duro, melhor)
1 ramo de coentros
1 cabeça de alhos
1 cebola
pimenta fresca
azeite de oliva
sal
Tempo de preparação: 30 minutos
Modo de preparação:
Coloque a posta de bacalhau bem demolhada a cozer em água. Num almofariz, vamos socar o alho e os coentros, num pingo de azeite apenas. Mais tarde acrescentaremos mais. Sejam generosos com estes três ingredientes, por serem eles o cerne deste prato. Temperem com um pouco de sal e deixem descansar por 15 minutos, enquanto o bacalhau coze.
Retiramos o bacalhau e esfarrapamo-lo em pedaços, escolhendo com cuidado todas as espinhas. Coamos a água. Num tacho, esturgimos a cebola com um pouco de pimenta moida, sem deixar queimar.
De seguida juntamos um pouco da água onde cozinhamos o bacalhau, o peixe esfarrapado e os ovos, mantendo em lume brando, até escalfarem. Juntamos a mistura que temos no almofariz, mais um pingo de azeite, e rectificamos de sal e pimenta. Uma mexidela até levantar fervura e está pronto a comer. Fácil e saudável, como podem ver.
Bom apetite!
Francisco Vieira (Rito)
Antes de mais, quero pedir desculpas se o post de ontem feriu a sensibilidade a algum dos amigos que por aqui vão passando. Era algo que me andava atravessado há muito e que tinha de sair, dia menos dia.
Mas hoje já estamos noutro quadradinho do calendário. O dia de ontem é passado! Hoje o sol nasceu animado e quis-me brindar com a sua luz logo pela manhã, por isso eu tenho mais do que a obrigação de me esforçar por ter um bom dia e por vos desejar a todos o mesmo.
Então e hoje vamos falar de quê, perguntam vocês? Então do que é que eu mais gosto de escrever? Comidinha! Então havia de ser o quê? Só há uma coisa que me dá mais prazer do que cozinhar, mas isso não é para aqui chamado, porque isto é um blog de familia.
Lembrei-me há pouco de ter visto esta semana na TV, dois Chefs de cozinha a confecionarem o mesmo prato, de maneiras diferentes. Os dois divergiram um do outro e também da maneira que eu próprio o preparo.
Como não gosto de falar por falar, fui pesquisar as raízes desta receita e constatei que nem um nem outro estava a cumprir o manual. Atenção que isto não é uma critica ao trabalho dos outros. Eu também altero muitas receitas, quando vejo que este ou aquele ingrediente poderá ficar bem em determinado prato. A única preocupação que tenho é explicar isso às pessoas, por respeito aos autores e para não as induzir em erros. Não foi isso que vi nesses dois senhores, e por isso este pequeno reparo, que já fiz também nos respectivos blogs.
Vou-vos falar de uma região de Portugal que aprecio particularmente e da qual tenho gratas recordações. As planícies Alentejanas sempre foram e continuam a ser um regalo para os olhos de quem as visita. Oferecem um vasto leque de atracções, desde as suas maravilhosas paisagens, quilómetros e quilómetros de searas, salpicadas onde aonde com uma azinheira, passando pelos montes (herdades) com as suas casinhas caiadas de branco, até ao seu riquíssimo património arquitectónico, passando pela cultura popular, a música e a gastronomia.
O famoso Ensopado de Borrego ou a Carne de Porco à Alentejana são apenas duas das deliciosas receitas típicas desta região, mas hoje vou falar-vos de um prato simples, rápido e barato, a Açorda de pão Alentejana.
"É fácil fazer, dá pouco trabalho, é água a ferver, coentros e alho."
Eis uma quadra popular do Alentejo, que quase serve de receita para esta especiaria, que começando por ser um prato de subsistência das classes mais pobres, foi evoluindo até chegar à mesa dos abastados, depois de sofrer várias alterações.
Herança da presença Árabe no nosso país, a sua sobrevivência e chegada até nós deve-se à sua facilidade de confecção e sobretudo à mistura simples dos produtos de base.
O pão, que foi sempre e ainda é um alimento estruturante da nossa alimentação, azeite, ovos, alhos, coentros e sal são o suficiente para preparar este prato que pode servir de guarnição a vários tipos de peixe fritos ou grelhados.
Mais tarde, foram-lhe acrescentando outros ingredientes, elevando-a à condição de prato principal. Pode juntar-se camarão, ameijoas, bacalhau e outros frutos do mar, que fazem desta uma refeição bastante apreciada.
Dou-vos aqui os ingredientes para a Açorda de Bacalhau, mas como referi, pode ser feita com qualquer outro peixe ou marisco. Os procedimentos são os mesmos.
Ingredientes (para 2 pessoas)
1 posta de bacalhau grosso (400grs)
2 ovos
400grs de pão (quanto mais duro, melhor)
1 ramo de coentros
1 cabeça de alhos
1 cebola
pimenta fresca
azeite de oliva
sal
Tempo de preparação: 30 minutos
Modo de preparação:
Coloque a posta de bacalhau bem demolhada a cozer em água. Num almofariz, vamos socar o alho e os coentros, num pingo de azeite apenas. Mais tarde acrescentaremos mais. Sejam generosos com estes três ingredientes, por serem eles o cerne deste prato. Temperem com um pouco de sal e deixem descansar por 15 minutos, enquanto o bacalhau coze.
Retiramos o bacalhau e esfarrapamo-lo em pedaços, escolhendo com cuidado todas as espinhas. Coamos a água. Num tacho, esturgimos a cebola com um pouco de pimenta moida, sem deixar queimar.
De seguida juntamos um pouco da água onde cozinhamos o bacalhau, o peixe esfarrapado e os ovos, mantendo em lume brando, até escalfarem. Juntamos a mistura que temos no almofariz, mais um pingo de azeite, e rectificamos de sal e pimenta. Uma mexidela até levantar fervura e está pronto a comer. Fácil e saudável, como podem ver.
Bom apetite!
Francisco Vieira (Rito)
Meu querido amigo
ResponderEliminarPrimeiro adorei as belas imagens, que são de certeza do Baixo Alentejo, de onde eu sou.
quanto aos Chefs, eu também achei que estava uma confusão.
A açorda alentejana, a receita que deu ,é do Alto Alentejo...no Baixo Alentejo, não leva cebola e é picadinha, não vai ao lume, deita-se por cima do pão a água a ferver.
Belo texto...o Alentejo é uma terra maravilhosa.
Beijinhos
Bom dia Sonhadora!
ResponderEliminarExactamente o que eu vi numa breve pesquisa que fiz. A original açorda simples nao é cozinhada. Levava o pao, os coentros,alhos, ovos, sal, azeite e agua a ferver, certo?
Os esturgidos vieram depois, ao juntarem-se outros ingredientes, que logicamente nao se podem comer crus. A sua intervencao veio mesmo a calhar. Obrigado :-)
Como disse no texto, nao tenho nada contra a inovacao, mas devem-se explicar as coisas as pessoas, sobre pena de se perder parte da nossa identidade.
Um deles colocou ameijoas com casca na açorda! Imagine que uma casca parte e fica metida no pao :-)
Beijos
Gostei da explicação, gostei da receita.
ResponderEliminarPelo jeito gostei de tudo!
Bjs querido.
Obrigado amigo Vieira, e bom apetite...
ResponderEliminarFatinha, muito bom dia, amiga!
ResponderEliminarAinda bem que gostou. Um beijoca :-)
Joaquim Angelo, nao tem nada a obrigadar, amigo. Um forte abraco para si
ResponderEliminarUma belissima quinta feira pra ti amigo...abraços.
ResponderEliminarEverson, igualmente para si. Aquele abraco :-)
ResponderEliminarOla Francisco,
ResponderEliminarProntos... descobriste qual o prato que vais confencionar para o almoco de hoje :-)
Evitas de me convidar, que digo-te logo que nao ahahaha
Gosto muito do Alentejo, mas nao sou apreciadora de comida alentejana :-)
oh Manel nao ponhas esta receita no livro senao e menos uma compradora :-)
Beijocas
Bom dia Ana, ainda bem que nao gostas...
ResponderEliminarTambem nao tinha tempo para a fazer para o almoco :-)
Beijo
Olá!
ResponderEliminarIsso Francisco, o seu a seu dono, a nossa identidade é um bem comum, por isso cada um de nós tem obrigação de a zelar.
Aparecem agora muitos sabichões! Respeito porque também acho que as coisas podem e devem ser inovadas, mas quando as passamos, temos a obrigação de apenas as sugerir e não impingir como muito bem entendemos.
Na verdade, os louros não nós cabem a nós, mas na realidade, a quem em tempos difíceis, sem meios e sem quaisquer conhecimentos, apenas o sentido de sobrevivência, soube escolher de entre a prodigalidade da natureza os meios de subsistência e transformá-los procurando uma melhor ingestão e satisfação.
Vantagem não é nenhuma a nossa, acrescentar peixe, camarão, ou até mesmo amêijoa com casca, essa está na sua criação.
Se pensarmos bem, nós nada mais fazemos que transformar e adaptar, agora com uma imensidão de conhecimentos e técnicas, aquilo que os nossos ancestrais muito sabiamente souberam usufruir da natureza.
Entendo que o facto de mencionarmos as genuínas fontes e seu saber fazer, além do tributo que temos de prestar a quem de direito, nos familiarizamos muito naturalmente com a história dos povos, seu desenvolvimento, preservando assim as nossas raízes, a nossa identidade.
Como sempre, um bom texto, especificidade e uma belíssima receita. Adaptada sim mas sem que perder as suas características originais.
Parabéns e um abraço
Manel, tens razao. Nao inventamos nada de novo. Vamos adaptando, modificando. Nao podemos é apresenta-lo como sendo o original, porque isso apenas confunde as pessoas e destroi uma cultura que temos e que merece ser preservada.
ResponderEliminarBom dia para ti e um abraco
Francisco,
ResponderEliminarcom relação a sua pergunta lá no Aventurinhando:
Não conheço chouriço transmontano, então não sei se pode ou não.
Bjs.
Fatima, trata-se de um tipo de chouriço fumado, especifico da regiao de Trás-os-Montes :-)
ResponderEliminarOlá Francisco
ResponderEliminarO meu gosto não vai lá muito para açorda, porem depois de ler a receita pensei:
- Isto, é capaz de ser bom!...
Um dia destes, vou experimentar.
Vou passar a receita para o papel.
Depois eu conto como foi. Não vou inventar nada nem tirar nada à tua receita..........Xau..
Direitinho, experimente sim, amigo. Vai ver que gosta. E nao se iniba de alterar a receita, nao lhe cobraria direitos autorais, mesmo que eles fossem meus :-)
ResponderEliminarUm abraco
Grande Francisco, estou de volta. Como estás tu oó pa?????
ResponderEliminarGostei de saber que tú es o homen dos sete instrumentos, e realmente tu és. Sabes bem aproveitar a vida de uma forma simples e sincera. Acho que já estava com saudades desse blog.....rs....rs...
Gilson, boa noite! Por fim...quase que voce tinha tantas ferias como eu :-)
ResponderEliminarSeja muito bem-vindo e vamos a colocar a escrita em dia.
Abracos e volte sempre