A GALOPE ENGULO OS DIAS


Esmago palavras

nas minhas mãos fechadas.

Escorre-me pelos dedos

a seiva acre de poemas

que não ouso escrever.


A galope engulo os dias.

Ardo por dentro. E os pés

em brasa tatuam pegadas

na estrada da solidão.


O ventre da terra

desfaz-se em horas ocas.

O rio ruma à nascente, buscando

uma brecha para recomeçar.


Francisco José Rito



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