ABRAÇO AS PALAVRAS QUE DEIXASTE
(a Eugénio de Andrade, no dia do seu centenário)
Os teus versos despertam-me a alma
entardecida. Doiram-me o olhar
como os malmequeres no chão de abril
fecho os olhos e distingo-os
no chilrar dos melros nos ciprestes
cantando ao mundo os teus amores
e outras dores
abraço as palavras que deixaste
guardadas nos ninhos de andorinha
à espera do beijo que faça a primavera
acontecer nas bocas que não beijaste.
Francisco José Rito
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