ÉDEN


Bato-te à porta

com a certeza de ter chegado a casa.


A tua silhueta balança

na nudez da parede branca.

Uma mão a amparar-te o rosto

a outra no cabelo

e nos olhos a vontade de naufragar

no mar de promessas sussurradas.


Somos Éden

jardim de flores e frutos proibidos.

Dos teus lábios escorre

o roxo das ameixas maduras

e dos dedos pétalas azuis

de uma flor que um dia idearei.


Foi noite nas nossas vidas

até me dares guarida.

Depois pintei um sol para te oferecer.


Francisco José Rito




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