OS CHOUPOS NÃO QUEBRAM
Acordou-me o inverno
O vento sacode o choupo molhado
Oiço-lhe a alma a gemer
Um rosário de queixumes
O azul de outras luas escureceu
Fez-se cinza a correr p´la berma
Arrastado pela enxurrada dos dias
Acordou-me o inverno
Abanei, mas os choupos não quebram
Abri a janela e encarei o vento
Que a minha casa é feita de verdade
Paredes erguidas do barro que sou
Adobes de coragem e coração
Tudo alumiado por lúcido clarão
Francisco José Rito
(a Ana Maria Fernandes ilustrou)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pela visita. Este espaço é seu. Use e abuse, mas com respeito, principalmente por quem nos lê. Francisco