O TEMPO E OS PEIXES


Ao solitário o amor

ou a chama que resiste

sob a cinza apagada.


Ao estéril a esperança

ou a voz do mar que canta

segredos com palavras novas.


Ao fraco a paciência

ou o saber de quem flutua

num vazio de horas funestas.


A nós os dias de inverno

ou o bailar nas mil memórias

da espera abstrata.


E o quarto

a cama, o rio, lençol

de águas azuis, sedosas

e os nossos dedos, peixes a nadar

na transparência dos corpos.


Francisco José Rito




Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pela visita. Este espaço é seu. Use e abuse, mas com respeito, principalmente por quem nos lê. Francisco