INTANGÍVEL


Guardei-te na gaveta das coisas novas,

arrumadas, qual gaivota que sobrevoa

a praia, antes de fechar a porta da tarde.


Guardei as razões que me deste

para te eleger. O teu gracejar constante

e aquele sorriso de inspirar poetas.


É tarde. A vitrola acusa cansaço

e os versos repetem-se na folha vazia.

Rendo-me à alegria de te sonhar


tão azul e tão presente como antes.

Sempre te soube interdito e breve.

Tão intangível, que magoa.


Francisco José Rito




Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pela visita. Este espaço é seu. Use e abuse, mas com respeito, principalmente por quem nos lê. Francisco