NOSTALGIA
O suspiro enrouquecido dos sinos
espanta as cegonhas sedentas de poiso
e as pombas riscam o céu da praça em ziguezague.
É a hora das Trindades.
Dos lamentos cinzelados nos rostos flácidos.
Dos olhares perdidos na imensidão das coisas,
qual água que corre do ribeiro, desvairada,
à procura dos pés de milho esvaecidos.
Deseja-se o impossível
como a criança sentada na esquina dos dias
à espera da carreta dos gelados
que nunca ali passou,
ou os velhos encostados à sombra da memória,
a ver passar o futuro de todos nós
na nostalgia dos fins de tarde lentos,
das horas e dos sonhos parados.
Francisco José Rito
Parabéns!
ResponderEliminarObrigado!
EliminarGostei!
ResponderEliminar