PASSO APRESSADO

Não renegues
as mãos que afagam,
ou a boca que beija.
Não renegues
a carne ardente e ruiva,
nem o desejo açaimado nas entranhas,
que o amor rabisca-se na pele virgem
de cores e de cheiros;
faz-se do que resta
de todos os cansaços,
do passo apressado,
a fugir de cordas ou de redes...
Beija-me, pois,
como quem rouba.
Baralha-me o sentido e a razão,
que os beijos mais não são
do que palavras de um poema,
desordenadas e loucas.
Francisco José Rito
numa fotografia do A.B. da Silva



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