E EU SER-TE-EI ALVORADA
Vem
e eu te darei a aurora.
Serei a fenda do rochedo
em que te escondas
no abrigo escarpado da encosta.
Vem
provar os figos ruivos
dos meus lábios
ou os cachos maduros
da palavra.
Deixa-me curvar-me
aos pés da tua dor.
Erguer-te da lama e
elevar-te ao céu
dos pássaros azuis
e das plácidas borboletas,
ninar-te
nos meus braços de veludo
e aconchegar-te depois,
adormecido,
no berço das canções
que as rolas cantam.
Vem,
que te vejo eterna a noite
e eu ser-te-ei alvorada.
Francisco José Rito
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pela visita. Este espaço é seu. Use e abuse, mas com respeito, principalmente por quem nos lê. Francisco