O MAIS SUBLIME MODO DE MORRER
O vento
a sacudir-nos as sombras
contra a parede caiada.
Eu em bicos de pés
e de braço esticado,
a colher estrelas.
Deposito-as uma a uma
na concha das tuas mãos abertas,
pelo prazer de as ver
incandescerem-te o riso rasgado
rodopiando ao meu redor,
abrindo as mãos
e atirando-as de regresso ao infinito.
Depois…
depois será silêncio.
A porta fechada,
os gemidos,
o dilúvio,
o êxtase...
e as nossas carnes
de poemas vestidas,
prontas a abraçar a morte
no mais sublime modo de morrer.
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