PEDRA SOLTA

Trago n`alma encanecida,
sonhos frescos de criança.
Tantos poemas que escrevi,
no tempo que fui esperança;
caminhos que eu percorri,
na aprendizagem da vida.


Fiz-me homem, fui solidão…
Tal como a árvore isolada,
petiz faminto, a chorar,
sem colo para se embalar;
qual criança abandonada
na gare de qualquer estação.


Estou carente de amizade.
Sou pedra solta, que gira
e se arrasta pela estrada;
qual mó que roda e suspira,
moendo a mente cansada
dos amantes da saudade.


Quando a quimera se vai,
pouco mais sou, que acervo
de tudo o que me devora.
Choro o que o mundo chora,
se ao meu redor observo
um vazio que sobressai.


versos de Francisco José Rito
fotografia de Francisco Rito (pai), por Maria Pinto


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