MARIA DO MAR

Chamam-lhe filha da areia
Porque do mar é seu nome
E é do mar a sua sina
Maria do Mar, sereia
Que nas vagas se consome
Maria do Mar, menina

Nasceu à beira do mar
Onde as águas se revoltam
Onde os adeus são leais
Tantos abraços por dar
Tantos braços que não voltam
E as saudades são punhais

Corre a praia de mansinho
Quando rompe a alvorada
E o mar a areia desbota
Sabe-lhe a boca ao carinho
E à vida de si levada
P´las asas de uma gaivota

Faz do areal seu leito
Onde aconchega a esperança
E o mais que a vida lhe dá
Carrega a saudade ao peito
Essa mágoa que a alcança
Aonde quer que ela vá


poema de Francisco José Rito, in "Versos de Cantar"
imagem: "Mulher de Preto", carvão de Fernando da Silva


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