A arte de mariscador.


A pé, na baixa-mar, ou com a água alta, a bordo da embarcação, usam um ancinho de ferro (Cabrita) engatado numa vara, com um saco de rede que vai revolvendo o fundo, às cegas, e guardando no saco os bivalves e outros sólidos ali existentes, que uma vez puxado para bordo, é despejado no fundo da bateira (entre cavernas).
No fim da maré, já na borda, é feita a escolha do que veio no arrasto, com uma ciranda (crivo, peneira) em forma de padiola que leva uma rede de malha com o tamanho permitido por lei. Tudo o que passar pela rede fica no fundo e só o resto é comercializado.
Vida ingrata… horas seguidas a lavrar o fundo e a alar para bordo, ou no chão, com os corpos semienterrados na lama ou na água, uma atividade desgastante e mal paga.
Na foto, o acto de cirandar os bivalves, na beira-ria da Torreira. Ao fundo podem ver-se outras embarcações que ainda não terminaram a maré. Depois de chegados a terra, terão de executar a mesma tarefa.

Francisco Vieira

3 comentários:

  1. Bom dia, Francisco. E há malta nova a fazer este trabalho? É que essa "coisa" é dura...

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  2. Olá Cláudio. Sim, muita malta nova e muitos que nunca foram da Ria, mas que, na falta de outro ganha-pão, para ela se viraram. Grande abraço.

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  3. Um trabalho duro que é quase nada valorizado.
    Gostei de saber um pouco mais.

    Grande Abraço, Francisco.

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