O Rancho Folclórico "Os Camponeses
da Beira-Ria", do Bunheiro-Murtosa está de parabéns pelos seus trinta e três anos
de existência e pelo importante trabalho que tem feito na pesquisa e
divulgação do Folclore Marinhão, a nível nacional e internacional.
Na última década, aliado ao estudo
dos cantares e das danças da nossa terra, abraçaram ainda a árdua
tarefa de recuperar uma Casa Agrícola, que transformaram em museu e onde
amiúde abrem portas a quem gosta e quer assistir a momentos de labor à moda antiga.
Um projecto atrevido e ambicioso, tendo em conta o avançado estado de degradação em que se encontrava a propriedade, mas com força
de vontade e espírito de sacrifício, quantas vezes abdicando das suas
horas de descanso e lazer,
os Camponeses da Beira-Ria conseguiram ganhar esta aposta e hoje, na
celebração de mais um aniversário, brindaram-nos com uma tarde diferente
e muito agradável, apresentando o quadro etnográfico de uma tarefa que,
se em tempos foi banal, hoje é raro, senão impossível de assistir na
nossa terra: a rega do Linho com água do poço, com engenho manobrado por
Gado Marinhão.
A tarefa hoje
representada faz parte de uma iniciativa conjunta com outras
colectividades e muito mais abrangente, que está em curso, denominada "O
Ciclo do Linho". Nela pôde-se já assistir ao "lavrar e gradar do terreno, com vacas de raça marinhoa, semear o linho
“a lanço” por intervenientes vestidos com trajes da primeira metade do
século passado. O calendário das ações foi planeado de modo que cada momento da
recriação tenha correspondência efectiva com os tempos reais do Ciclo do
Linho, tal como era praticado nas primeiras décadas do século passado.
Em Junho será o momento de arrancar, ripar e remolhar o linho,
culminando o ciclo com a recriação, em Setembro, do secar, amassar,
espadelar, assedar, fiar, barrelar, urdir e tecer do linho."
Algumas centenas de pessoas estiveram presentes esta tarde na Casa-Museu Custódio Prato, onde se assistiu ainda às actuações do grupo anfitrião, seguido dos Ranchos Folclóricos "Lavradeiras da Meadela" - Viana do Castelo e "Ligeirinhas de Antões" - Pombal, que cantaram e dançaram na Eira, como faziam os nossos antepassados.
Para quem quis "molhar a palavra", não faltou branco e tinto do bom, na Tasca
ao estilo do século passado que, assim como a maioria do espolio, foi
resgatada, trasladada e montada a rigor na Casa-Museu, que pode ser
visitada entre as 14:00 e as 18:00, de Terça a Domingo.
Para os interessados:
Casa - Museu Custódio Prato
Lugar de Passadouros
3870-028 BUNHEIRO
Telefone: +351 234 866 825
Francisco Vieira
Lugar de Passadouros
3870-028 BUNHEIRO
Telefone: +351 234 866 825
Francisco Vieira
Caro amigo Vieira.
ResponderEliminarLi a reportagem que escreveste alusiva ao 33º aniversário do Rancho "Os Camponeses da Beira-Ria", à Rega Tradicional e ao Ciclo do Linho, projecto no qual o grupo está a participar activamente e gostei desta tua abordagem e divulgação do evento.
É bom que se divulgue o que de bom se vai fazendo na nossa terra e no nosso (também teu) grupo folclórico.
Aqui ficam os meus agradecimentos pessoais e dos "Campeneses...".
Um grande abraço.