HAVEMOS DE SER SEMPRE MUDANÇA
Que sabemos da nudez do sol
que se espreguiça à flor da nossa pele dolente
sem saber com que voz choramos os íntimos prazeres?
Que sabemos do temor
que nos impele o ávido desejo
de sermos felizes depois da tempestade?
Que sabemos do pranto
dos lençóis da cama naufragada
nas tormentas de todos os bojadores?
E de nós, que sabemos?
Que a cada amanhecer regressamos ao inferno
de cabeça pousada na almofada de arame farpado,
urdida a ferro e fogo e a sonhos desfeitos.
Sabemos que para sobreviver teremos de ser mudança.
Que havemos de ser sempre mudança!
Francisco José Rito
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pela visita. Este espaço é seu. Use e abuse, mas com respeito, principalmente por quem nos lê. Francisco