MENSAGEM

Houve um tempo

em que o tempo lhe era pertence único.

O tempo e as estrelas.

Nesse tempo

os sorrisos vinham-lhe do grasnar das gaivotas

do planar das cegonhas, do pastar dos cordeiros.

Depois sonhou ser rico

e encheu os bolsos com tudo o que o tempo dava,

com tudo o que brilhava...

- Perde-se o homem a desflorar sonhos virgens.

Condena-se ao inferno dos baldios,

ao fogo penitente da incógnita!

Pouco vale o rio no seu labor,

se a água lhe sai poluta da nascente.

Pouco valerá o futuro

se faltar dignidade no presente.

De pouco lhe terá valido a vida

se não a viveu como quem faz um filho,

eterno extasiado e crente.

Francisco José Rito