JÁ NÃO SEI ONDE MORAS
Onde te escondes, que te não vejo?
Porque ignoras o eco do meu grito,
quando te procuro e te desejo
e por ti clamo, em pranto aflito?
Não sei que é do teu jeito de abraçar;
onde deixaste o rasgo de outras eras.
Que fizeste ao ror de primaveras
que pintavas no rosto, a cintilar?
Essa memória ausente e pequenina,
onde tudo me ocultas, tudo calas...
Que mal te fiz eu, que não me falas
e de tudo me acusas, em surdina?
Nunca sei se te saúde ou diga adeus...
Perdi-te, Mãe – já não sei onde moras.
E nem sei se é do pasmo, se é das horas
que os meus olhos esperam p´los teus.
Vejo-te desfalecer e ser saudade,
quando me olhas assim, arrefecida
e te perdes nas malhas da vontade
de seres apenas mãe para a toda a vida.
Francisco José Rito
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