SOBRE ESTE "LÁ VAI A ROSA"


Esta pode considerar-se uma obra de ficção, salpicada por pormenores de várias histórias reais, algumas delas que me são bem próximas e queridas.
A intenção original era contar-vos a verdade de uma “rosa”, que em tudo a esta Rosa se assemelha, menos no nome, mas depois concluí que não conseguiria fazê-lo, sem expor detalhes do foro privado de alguns e algumas que ainda caminham entre nós e de outros que já por aqui não andam, mas que nem por isso são menos merecedores da minha atenção e respeito.
Decidi então fazer o que mais me apraz, vestir a pele de contador de histórias e não de historiador porque, como contador histórias, posso pintá-las das cores que quiser, ao invés do historiador, que deve cingir-se a factos reais…
Mas, antes disso, este “Lá vai a Rosa” foi outras coisas, apesar de, na sua essência, querer sempre contar-vos a mesma estória. Começou por ser duas pequenas quadras, inseridas num texto, chamado “A Rosa Murtoseira” (in Um mar de Sentidos – Janeiro de 2011). Depois, essas duas quadras emanciparam-se e procriaram, parindo mais quatro, que foram – primeiro, letra para uma cantiga original e depois para um fado de Alfredo Mendes – ambas cantadas e gravadas por duas pessoas que me merecem grande estima. Com isso, estava o caminho aberto para este “Lá vai a Rosa”. Porque sim. Porque contar a estória de uma “rosa”, em seis quadras, sabia-me a pouco. Porque o tema me é querido e me estava aqui, à flor da pele, na ponta da língua e dos dedos, esperando por uma desculpa para dar cambalhotas e piruetas no papel, no ar, no universo...
E deu algumas! As lembranças de tempos idos, vividos ou sonhados, mais as histórias tantas vezes escutadas, correram como correm as águas irrequietas da minha ria e foram regando páginas e páginas de uma escrita agridoce – porque o tema me provoca lágrimas e sorrisos – num linguajar que é meu, porque o herdei no sangue, fizeram deste enredo o mais aprazível de criar.
Se consegui? Não sei… Vocês o dirão… Eu tentei, apenas. Mas, com este simples acto de tentar, dei por mim tão feliz como se de facto o conseguisse.


    Francisco José Rito





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