O MEU AMOR É SAUDADE
O
meu amor é silêncio.
Quadro
de lousa sem rabiscos,
beiral
sem andorinhas…
É
sonho sem sono. É dormir em guarda;
alma
vestida de asas de gaivota,
que
anseia voar para lá da tempestade.
O
meu amor é espera.
Flor
de sal que emerge dos meus olhos;
o
grito ansioso de mergulhar no teu corpo,
como
quem nada nas ribeiras de inverno,
a
transbordar pujança e inquietação.
O
meu mor é esperança.
É
raio de sol que se acende na fenda de xisto,
sorvendo
do ventre da montanha
os
cheiros da terra ruiva e prenhe.
É
desejo. Este querer amar-te,
como
se mordem as cerejas de Maio!
O
meu amor é saudade.
Saudade
das pedrinhas do caminho
que
eu – incansavelmente – percorria, para te ver.
–
Lembras-te, amor, das pedrinhas
que
atirava contra o vidro da tua janela,
esperando
– ofegante – que tu corresses a cortina
e
me fizesses o sinal combinado?
O
meu amor é saudade…
Esta
infindável saudade,
que
me leva pela imensidão das noites
como
quem percorre a Via Láctea (Via-Sacra),
à
tua procura, no meio das outras estrelas.
Francisco José Rito
Lindo...Poeta!
ResponderEliminarBem hajas. Bjinho
Muito lindo.
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