MARINHÕES

Carregam nos ombros
histórias de vida.
Dores e alegrias.

As linhas da sorte e
da falta dela
traçadas na alma e
nos corpos cansados.

São filhos do campo,
da manta de terra lavrada,
da leiva fecundada.

Da beira-ria,
das vagas serenas.
De um leito quase estéril;
da partida e do exílio…

Da mala na mão,
que lhes transporta
os sonhos e a saudade.

Chamaram-lhe marinhões.
Gente séria!
Dos pais e avós
herdaram os calos nas mãos e
as rugas no rosto.
Os lábios gretados e
as faces morenas.
A teimosia.
A resignação.
A perseverança.
A honestidade.
A dignidade.
A fé.


Francisco José Rito

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