MANHÃ DE INVERNO
Sofri a eternidade daquela manhã de Inverno,
sem que chegaras.
Dei por mim vencido, carente de um abraço,
Dei por mim vencido, carente de um abraço,
implorando-o aos troncos que ao meu redor se entrelaçavam.
Não foi à tua espera que fiquei,
Não foi à tua espera que fiquei,
no banco frio e nu em que me deixaste
(sabia que tão cedo não virias)
Ciente da pontualidade da tua ausência,
Ciente da pontualidade da tua ausência,
fiz uma cama com as folhas
caídas
e embalei as dores,
preparando-me para uma transformação que
sabia longa e penosa.
E ali fiquei, sem ti, enquanto mudavam as cores das árvores,
E ali fiquei, sem ti, enquanto mudavam as cores das árvores,
dos pássaros e das flores, que desabrocharam, por fim!
Voltaste com a Primavera, cabisbaixa, ao meu encontro,
Voltaste com a Primavera, cabisbaixa, ao meu encontro,
mas já não me encontraste.
Era outro o que ali estava!
Era outro o que ali estava!
O frio de Janeiro curtiu-me as feridas;
e os raios do sol de Março tisnaram as cicatrizes.
Não foi só a paisagem que mudou...
Não foi só a paisagem que mudou...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pela visita. Este espaço é seu. Use e abuse, mas com respeito, principalmente por quem nos lê. Francisco