SER PORTUGUÊS

Apetece-me falar-vos hoje deste orgulho de ser Português.
Este é um tema que nunca me cansa nem deixa de me comover, pela carga emocional que possui.
Dou por mim varias vezes com o nome de Portugal na boca, de tal forma que quem me escuta não consegue disfarçar um certo deslumbre pelo meu entusiasmo e pelo amor à Pátria.
Não poderia nunca renegar a minha alma Lusa, mesmo que quisesse.
Sou um Português dos quatro costados. Vivo, falo, penso e respiro em Português.
Quis Deus ou o destino fazer de mim um peregrino, um "cidadão do mundo", mas não houve tempo nem distância que me conseguisse afastar deste "jardim à beira-mar plantado".
Estou prestes a completar quarenta anos de vida e metade deles foram passados bem longe da Terra Mãe, mas não houve dia nenhum em que eu desejasse estar noutro lugar qualquer, que não fosse o meu País.
A Portugalidade tenho-a no sangue. Sinto-a a correr nas veias...
Em qualquer melodia ouço um Fado, um Vira ou um Malhão. Em qualquer aroma respiro o cheiro das terras lavradas e da maresia ao romper da aurora, a fragrância dos Eucaliptos e das Amendoeiras em flor. Em qualquer sabor provo uma Caldeirada de Enguias, umas Sardinhas assadas, um Caldo verde,um Chouriço assado, uma Feijoada ou uma Chanfana...
Fomos assim, terra dos Pescadores e das Varinas de Aveiro. Dos moliceiros que já ninguém vê... Das lavradeiras de norte a sul, dos homens do mar e dos que lavram a terra, dos Tanoeiros do Douro, dos Marceneiros de Paços de Ferreira, dos Pastores da Serra, dos Corticeiros do Alentejo. Dos Sargaceiros de Vila do Conde, das Queijeiras da Covilhã e dos Curadores de presuntos de Chaves. Dos Avieiros de Vila Franca de Xira, dos Tecelões de Arraiolos...
Hoje somos um povo que soube adaptar-se às novas leis do mundo, às novas tecnologias. Mudamos os usos e os costumes, mas não perdemos nunca a essência que um dia fez de nós um povo pioneiro e conquistador.
Desde a ponta de Sagres até Caminha, não há nada no meu Pais que eu não ame, venere e recorde com saudade quando estou longe, não esquecendo os Açores e a Madeira.
Somos uma raça valente (HERÓIS DO MAR, NOBRE POVO)...
Nos tempos que correm e devido à conjuntura actual, muitos de vós podereis pensar que este texto estará um pouco desenquadrado da nossa realidade (isso seria matéria para um outro tema), mas se olharmos para Trás, em todo o tempo tivemos necessidade de procurar outros rumos.
Ainda assim eu continuo a admirar a nossa capacidade de ultrapassar as dificuldades que se nos deparam e a acreditar na nossa força.
Não deixa de me inquietar o facto de os motivos que me fizeram partir há 20 anos ainda hoje se manterem. Portugal continua a ser o parente pobre da Europa. Um naco de Céu, doce só para uns, amargo para a maioria...
Uma paisagem que tem tanto de bela como de pobre. Uma terra amada e maldita. Uma Mãe que pare os filhos e que não os ampara.
Habitá-la é, para a maioria, comer todos os dias "o pão que o diabo amassou". Para os que partem, será viver um luto permanente até ao dia do regresso. Visitá-la dá-nos a impressão de viver um sonho, desfrutar do Paraíso...
Com todas as suas qualidades e defeitos,continua a inspirar-me. O lugar onde nasci e onde, se Deus quiser hei-de morrer.
Por isso lhe presto aqui esta homenagem. Porque estando eu lá ou aqui, estando ele melhor ou pior, não deixa de ser o meu País...
" NA MINHA BOCA GUARDO SEMPRE O TEU SABOR. POR ISSO TE CANTO E DIGO, MEU PORTUGAL MEU AMOR"

2 comentários:

  1. Anónimo15/4/09

    Bom Amigo
    Estive a dar uma olhadela ao seu Blogue e gostei do que li.
    A Ria aí espraiada, as suas estórias, o seu estilo meio popular, meio
    erudito, com aproveitamento dos adágios que nos caracterizam, e nos
    dão um sabor inconfundível.
    Continue a alegrar-nos com os seus enredos saborosos, pois a sua prosa
    pode enriquecer e muito a nossa região.
    Um abraço e volte sempre,
    Armando Figueiredo (Daniel Cristal)

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  2. Muito obrigado, Francisco___________________________

    Um abraço assim «««

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